Com estreia no UFC frustrada após falhar no exame antidoping, lutador estará em ação no Imperium MMA, em Feira de Santana.
Aos 23 anos, o santoestevense Carlos “Boi” levou uma dura lição da vida em 2017. Pouco antes de sua estreia no UFC, em outubro, acabou flagrado em exame antidoping. Na sequência, o lutador baiano foi suspenso por dois anos e teve o contrato congelado com o Ultimate. E agora? O primeiro passo nesse período sem poder lutar será dado neste sábado, em Feira de Santana. Lá, ele fará uma luta de boxe amador no evento Imperium MMA Pro 13.
- Sentei com meu empresário e meu treinador e achamos que não posso ficar acomodado só treinando. A gente acha importante sempre estar competindo em modalidades amadoras, o que é permitido, para tentar chegar perto da adrenalina de lutar MMA. Querendo ou não, ajuda a manter certo ritmo de luta. Não é a mesma coisa, mas ajuda. Inclusive, sempre tive vontade de fazer lutas de boxe - disse o lutador.
Sem poder usar as artes marciais mistas, Boi está agora dedicado somente à nobre arte. Até então, o lutador estava focado na evolução de seu jiu-jítsu.
- Antes (da notícia do doping), estava focando muito na parte de chão, de wrestling, que é onde me sinto menos confortável. Estava tentando melhorar essa parte, mas quando fechou a luta de boxe tive que deixar isso de lado, até por medo de me machucar. O jiu-jítsu e o wrestling machucam muito. Estou há um mês sem treinar jiu-jítsu, já estou até com saudades (risos). Meu primeiro professor de boxe, o Xuxa, voltou e está me ajudando nos treinos. Quando estava treinando para o MMA, fazia saco e treinos mais característicos do boxe com menos frequência, e agora o foco é todo nisso.
Carlos Boi também já tem a seu favor o conhecimento do adversário. Yuri Andrei, de 32 anos, lutou MMA e tem um cartel de sete vitórias e 11 derrotas, mas desde 2015 não entra num octógono. Agora, está de volta no boxe amador.
- É um cara muito rodado aqui na região nordeste no MMA, já lutou com caras duros como Junior Alpha (ex-UFC). Antes de começar a lutar já assistia às lutas dele. É um cara experiente, duro, mas estou aí com sangue nos olhos - disparou o lutador santoestevense, que voltará a se apresentar em Feira de Santana após quase três anos, quando estreou no MMA.
- Minha estreia foi em Feira e, depois disso, nunca mais lutei aqui. Fiz outras sete lutas e nenhuma foi aqui, só a primeira. Sempre tive vontade de lutar aqui e não tive essa oportunidade depois, agora vai ser em casa e a torcida será maior. No começo da carreira, muita gente nem sabia que eu lutava, e agora todo mundo na cidade já sabe.
E como será estar num evento de MMA e ter que lutar boxe? Carlos Boi acredita que isso não será um problema.
- Acho que isso nem vai passar pela cabeça. Sou muito competitivo e foco muito no resultado, seja no MMA ou numa luta de boxe amador. Até em campeonato de jiu-jítsu fico naquele clima de guerra, fico ansioso. Acho que isso é um dos fatores que me levou a ficar competindo nesses esportes amadores, para estar sentindo essa adrenalina direto e não ficar dois anos sem isso.
Quanto ao tempo parado, não há remédio. Carlos Boi, aliás, garantiu que a preocupação aumentou com o que ingere. Após alegar contaminação de suplemento, o lutador garantiu que hoje em dia o cuidado é redobrado. Enquanto isso, seguirá treinando, dando aulas e competindo em lutas amadoras.
- Vou ficar fazendo lutas amadoras de boxe, jiu-jítsu e muay thai, e até jogo de gude estou colando (risos). E com certeza (aumentou a preocupação com o que tomo). Até café com leite já fico meio cismado para tomar.