O ex-craque brasileiro desbancou sua imagem de badboy para se tornar um treinador de sucesso.
Quando Grêmio venceu Hamburgo e ergueu o troféu de campeão mundial em 1983, o cara do jogo foi um jovem ponta com o biótipo de centroavante. Seu nome era Renato Portaluppi, ou, como ele se tornou amplamente conhecido em outros lugares do Brasil e do mundo, Renato Gaúcho.
Depois que ele deixou Grêmio em 1987, a maior parte de sua carreira foi feita no Rio de Janeiro, onde Renato acabou ganhando o estereótipo do badboy, com seu estilo de vida na praia e fala impetuosa. Ele defendeu muitas vezes a seleção brasileira, embora seu sucesso com a amarelinha tenha sido limitado. Ele teve uma passagem muito mal sucedida com Roma em um momento em que a Série A (Campeonato Italiano) era a grande a maior potência mundial do futebol em termos de campeonato. Por tudo isso, ele pensa muito em si mesmo. Se Cristiano Ronaldo se classifica como o maior da história, Renato argumentou que ele era melhor do que Cristiano Ronaldo.
É precisamente este tipo de personalidade de pavão que levou a maioria a acreditar que ele não teria uma carreira de treinador longa e bem-sucedida. É verdade que levou Fluminense para a final da Copa Libertadores de 2008. Mas, pareceu que, o fim de sua “vida útil” não estava longe. No momento em que os jogadores se tornaram muito jovens para ter testemunhado suas façanhas no campo, esse que vos escreve pensou, Renato será obsoleto...
Em vez disso, ele se tornou uma das figuras proeminentes do futebol sul-americano em 2017. Sob seu comando o Grêmio ganhou recentemente a Libertadores e foi vice-campeão do Mundial de Clubes. Renato tornou-se o primeiro brasileiro a ganhar a Libertadores como jogador e treinador, e quase conseguiu fazer o mesmo no Mundial de Clubes.
Há claramente mais para ele do que a figura estonteante e arrogante que ele às vezes gosta de retratar.
Verdade, ele tem trabalhado dentro de um contexto diferente. Nos últimos anos, o Grêmio desmentiu sua reputação de futebol robusto e pragmático. O trabalho de divisão de base do clube tem se concentrado em transformar e subir jovens tecnicamente talentosos como era com Roger Machado.
Renato deu continuidade a este trabalho. O atacante Luan, tão inteligente em encontrar espaço entre as linhas, floresceu ainda mais durante seu comando, e foi Renato quem lançou a Arthur, o pequeno meio-campista que foi compreensivelmente observado pelo Barcelona.
Mas o treinador também fez mais. Talvez a vitória por 1 a 0 em casa contra o Lanus na primeira partida da final da Libertadores foi o melhor momento de Renato como técnico. O jogo de transição do Grêmio não estava funcionando. Lanus era compacto e cauteloso, e não havia espaço para que os brasileiros passassem. Então Renato improvisou. Ele usou todas as suas substituições cedo, e foi com um bombardeio aéreo que conseguiu o resultado com Cicero, tendo presença de área.
E ambos os jogadores foram bancados por Renato, mesmo os dois estando encostados em seus clubes ele achou que eles poderiam ser úteis. A caricatura de Renato é de um treinador mais preocupado em jogar vôlei de praia do que estudar o jogo e o adversário, uma imagem que ele mesmo ajudou a criar. A maneira como ele conduziu o Grêmio mostra que há muito mais nele. Mas ele conseguirá o mesmo sucesso em 2017? Conseguirá levar o Grêmio para a uma final de Mundial novamente?
Aguardemos!